Erga-se

"Sabe aquele momento que a gente pensa que chegou no limite das próprias forças e que não vai mais conseguir avançar? Quando não contemos as lágrimas (e nem devemos!) e tudo parece um grande vazio... Esse momento que, não importa a nossa idade, pensamos que já é o fim... e um desânimo enorme toma conta da gente... Esse momento, ao contrário do que parece, é justamente o ponto de partida!!! Se chegamos a um estado em que não avançamos mais, é que devemos provavelmente tomar uma outra direção. Quando chegamos a esse ponto de tal insatisfação é sinal de que alguma coisa deve ser feita. Não espere que os outros construam pra você, planeje e faça! Você é responsável pelos próprios sonhos e pela realização destes. Nas obras da vida não precisamos de arquitetos para planejar por nós. Com um pouco de imaginação e um muito de boa vontade podemos reconstruir sozinhos a casa que vamos morar e o futuro que nos oferecemos. É humano se sentir fragilizado , e é necessário para que tenhamos consciência que não somos infalíveis, não somos super-heróis, mas seria desumano parar por aí, e injusto, para os outros, mas principalmente para nós mesmos. Recomeçar é a palavra! Recomeçar cada vez, a cada queda, a cada fim de uma estrada! Insistir!... Se alguém te feriu, cure-se! Se te derrubaram, levante-se! Se te odeiam, ame! Erga-se! Erga a cabeça! Olhando pra baixo só podemos ver os próprios pés. É preciso olhar pra frente. Plante uma árvore, faça um gesto gentil, tenha um atitude positiva. É sempre possível fazer alguma coisa! Não culpe os outros pelas próprias desilusões, pelos próprios fracassos. Se somos nossos próprios donos para as nossas vitórias, por que não sermos para as nossas derrotas? Onde errou, não erre mais! Onde caiu, não caia mais! Se você já passou por determinado caminho, deve ter aprendido a evitar certas armadilhas. Então, siga! Não se esqueça de uma grande promessa feita na Bíblia: "Esforça-te e eu te ajudarei." Dê o primeiro passo... depois caminhe!!! Tenho certeza que a felicidade não mora ao seu lado, nem à sua frente, ela está junto de você!"


( Texto Letícia Thompson )

O Valor do Colar

O discípulo visitou seu mestre e disse:
-- Mestre, sou um trapalhão, não valho nada, não sirvo para nada. Que posso fazer para melhorar, e que as pessoas me valorizem?

...
Ao que o mestre lhe respondeu:
--No momento não posso te ajudar. Preciso antes vender este colar, e poderás me auxiliar vendendo-o. Depois poderei ajudar-te.

O discípulo aceitou a missão, prestando atenção às determinações do mestre:
--Vende o colar pelo melhor preço que conseguires, pois tenho umas dívidas a resgatar, mas não aceites menos que três moedas de ouro.
Apesar de a aparência do colar não ser atrativa, o discípulo, uma vez no mercado, tratou de vendê-lo.

Todos, no entanto, o gozavam quando mencionava a quantidade de moeda que pedia por aquele colar... Mostrou-o a muita gente, que se ria dele. A melhor oferta que conseguiu foi de três moedas, mas de prata. No entanto, ao recordar que o mestre lhe dissera que não poderia vender por menos de três moedas de ouro, rejeitou a oferta.

Depois de tentar vender o objeto e não conseguir, o discípulo, decepcionado, voltou ao mestre:
-- Mestre, sinto muito, mas o máximo que me ofereceram pelo colar foram três moedas de prata. Creio que não posso enganar ninguém quanto ao seu verdadeiro valor.

O mestre escutou e o refutou:
--Certamente, primeiro deves conhecer o verdadeiro valor da jóia. Te peço que regresses ao povoado e mostres o colar ao joalheiro. Pergunte-lhe seu verdadeiro valor, mas não o vendas, por favor. Primeiro regresse aqui com o colar.

O joalheiro examinou o colar e disse ao discípulo:
-- Diga ao teu mestre que posso dar sessenta moeda de ouro pelo colar, se é que ele tem tanta pressa em vendê-lo..

O discípulo correu entusiasmado ao seu mestre para informá-lo da quantidade de moeda que oferecia o joalheiro.

O mestre, sorrindo, ouviu o discípulo, e replicou:
-- Eras como este colar: uma jóia valiosa e única, só que desconhecias o teu verdadeiro valor. Somos nós mesmos quem devemos descobrir quanto valemos. Pretender que os outros o façam é um erro.

Dizendo isso, o mestre guardou o colar, enquanto o discípulo, feliz, o corpo erguido, um novo caminhar, se distanciava.

[Do livro Autoestima, de Miguel Angel Montoya e Carmen Elena Sol, Editorial PAX, México]

By Paulo Ursaia ஃ